Ruído, sinal, e como tudo começa pequeno
Reflexões e aprendizados que merecem ser compartilhados
Um dos desafios de chegar aos 40 anos é que você é cada vez mais demandado a dar mentoria a quem está onde você já esteve, e fica acostumado a esta postura de “mentor" que tem uma resposta para tudo. O perigo mora em achar que sabe tudo, e em esquecer que você também tem suas questões e precisa de seus próprios mentores. Sorte a minha que estou cercado de gente inspiradora que me oferece mentoria gratuita e espontânea, rs. Nos últimos dias conversei com dois empreendedores que admiro muito: Rodrigo Cartacho, da Sympla, e Igor Senra, da Cora. Ambos trouxeram reflexões que compartilho aqui. Aproveito também para convidá-los a se juntarem ao meu programa, onde abro como funciona um fundo de VC de primeira linha e como este entendimento pode ajudar o empreendedor a levantar capital e a se relacionar com o mercado de forma mais produtiva e saudável. Tem pouco sobre isso no Brasil, por isso tornei a mentoria muito mais barata e acessível - veja aqui.
Ruído e sinal
O mundo está cheio de ruído. São convites e propostas de parceria que tomam tempo e energia e têm baixo potencial de retorno, relacionamentos que só consomem na promessa de um dia ter algum benefício, distrações contínuas do dia a dia que tiram o foco do que realmente importa. Sinal é aquilo que indica potencial de criação de valor, está alinhado com o que você faz de melhor, com o que o mundo precisa e o mercado está disposto a pagar. Sinal inclui os relacionamentos genuínos onde as partes estão igualmente comprometidas em se ajudar, os projetos que oferecem uma visão de futuro melhor e possível, os investimentos de tempo e energia que eu chamo de estratégicos. Esses dias eu quase me esqueci de tudo isso, ainda bem que o Rodrigo Cartacho me lembrou. Obrigado, Cartacho!
Tudo começa pequeno
Toda semana ouvimos 95 histórias de sucesso e 5 de fracasso. Ninguém celebra os perrengues no Linkedin ou no Insta. Mesmo quando tem perrengue, mascaramos a luta com métricas fabricadas e exageradas para atrair o sucesso e nos mostrarmos invencíveis. A maioria das startups quebra. A maioria das carreiras não vai para frente. A maioria das pessoas não cuida da sua saúde física e mental. A maioria das pessoas tem preguiça de ler, estudar, e aprender de verdade. A realidade é que são 95 histórias de fracasso para 5 de sucesso.
Quando olhamos a jornada de construção de uma empresa de tech, naturalmente celebramos os casos como iFood, Nubank, QuintoAndar e afins. Esquecemos que esses caras quase quebraram uma ou mais vezes, que já se sentiram impostores e fracassados, e que começaram pequenos. Muito pequenos. Tudo começa pequeno, e com todas as forças contra. Obrigado por me trazer esta reflexão, Igor Senra! Você e seu trabalho na Cora são inspiração :).
Curiosidade: poucos sabem, mas eu quase investi na Cora em 2021. Fizemos a diligência de forma profunda e estruturada e colocamos uma oferta na mesa, porém a rodada estava cheia e não conseguimos entrar. No entanto, aprendi muito sobre bancarização para pequenos e médios negócios, sobre as dores que o empreendedor da economia real sofre, e o quanto de inovação e democratização de serviços financeiros é necessário para servirmos a força empreendedora que faz o Brasil. De quebra, ganhei alguns amigos na Cora :).
Cada rejeição é uma oportunidade, mas haja casca grossa
Fácil falar, o difícil é colocar em prática quando o ego está machucado, quando você começa a se questionar se sabe mesmo o que está fazendo e se encontra sozinho numa caminhada frequentemente nebulosa e tortuosa. O caminho de empreender, de construir qualquer coisa nova, é duro. São 99 “nãos” para um “sim". Haja casca grossa. Se o pagamento dos boletos e da escola das crianças estiver endereçado, fica mais fácil ser resiliente; se depender do seu suor mensal nesta jornada de construção, a tensão aumenta.
Falando sobre o território que eu conheço, se sua jornada envolve a construção de uma empresa escalável, você precisará vender seu sonho dezenas de vezes com o objetivo de levantar capital e lidar com a rejeição incansavelmente. Fundraising, ou levantamento de capital, é um jogo de números: quanto mais gente você conversar, maior a probabilidade de algum deles dizer "SIM".
Isso não significa que você sempre vai pedir dinheiro. Mas sim que, em toda reunião que você fizer e em toda rejeição que enfrentar, sempre há uma oportunidade de sair com algum valor: feedback ao vivo sobre seu modelo, apresentação a outros investidores, anjos e/ou talentos que possam se juntar ao time, um direcionamento estratégico para o seu negócio. Seja o que for, sempre há algo que você pode fazer para obter um retorno pelo tempo e energia investidos.
É isso e mais um pouco que me esforço para compartilhar no meu programa desenhado para ajudar empreendedores a entender a cabeça do investidor de primeira linha, ter acesso aos processos dos fundos, o que eles buscam e como avaliam startups, e como levantar capital para fazer seu sonho acontecer. É a mesma mentoria que entreguei ao vivo para dezenas de empreendedores (NPS 96!), com conteúdo otimizado, os melhores materiais de apoio, e preço muito mais acessível. Você assiste quando e como quiser, e uma vez por mês trocamos ideia ao vivo. Se você ou empreendedores da sua rede puderem se beneficiar deste conteúdo, será um prazer te ajudar - aproveite o preço especial de lançamento e me ajude a divulgar :). Veja mais aqui.
Obrigado por me acompanhar, e vamos que vamos!
Alex
P.S.: Estou compartilhando bastante conteúdo prático no Instagram. Se você ainda não me acompanha por lá, fica aqui o convite.
“A felicidade não é algo que você possa encontrar, adquirir ou alcançar diretamente. Você precisa criar as condições certas e então esperar. Algumas dessas condições estão dentro de você, como a coerência entre as partes e os níveis da sua personalidade. Outras condições dependem de relações com coisas além de você: assim como as plantas precisam de sol, água e um bom solo para prosperar, as pessoas precisam de amor, trabalho e uma conexão com algo maior. Vale a pena se esforçar para estabelecer as relações certas entre você e os outros, entre você e seu trabalho, e entre você e algo maior que você. Se você acertar essas relações, um senso de propósito e significado surgirá.”
― Jonathan Haidt, A Hipótese da Felicidade: Encontrando Verdades Modernas na Sabedoria Antiga
Excelente post meu xará! Forte abraço!