Henrique, um jovem talentoso agraciado com um QI invejável, enfrenta um desafio monumental: navegar em um ambiente elitista sem ter nascido na elite. Sua inteligência e ambição o catapultaram para um mundo de oportunidades no mercado de empresas de tecnologia de alto crescimento e unicórnios, mas a falta de "finesse" e a insegurança o impedem de alcançar o seu pleno potencial.
Mergulhando em um mar infestado de tubarões
Ao ascender na hierarquia profissional, Henrique se depara com um ambiente competitivo e hostil. Os "tubarões" ao seu redor, munidos de experiência e malícia, o intimidam com sua linguagem sofisticada e postura arrogante. A sensação de não pertencimento e a insegurança minam suas entregas e colaboram para um ciclo vicioso de dúvidas e frustrações. Henrique começa a questionar suas próprias capacidades, flertando com a síndrome do impostor.
Henrique é o nome fictício de um líder empreendedor que tenho mentorado nos últimos meses. Seu desafio é comum a outros líderes que já encontrei em minha carreira, e me identifiquei tanto com sua história que decidi me aprofundar no tema de poder e influência. Meu objetivo é compartilhar meus conhecimentos e ajudar outros "Henriques" a superar obstáculos e alcançar seus objetivos.
“Poder e Influência” foi uma das matérias eletivas mais interessantes que cursei durante meu MBA em Harvard. Pode parecer maquiavélico estudar poder e influência em uma instituição como Harvard, mas o objetivo do curso é ajudar os alunos a navegarem em ambientes altamente políticos de forma mais objetiva e pragmática, minimizando as emoções e utilizando as ferramentas que a ciência e a psicologia moderna nos oferecem.

Mão na massa
Para ajudar Henrique, eu trago minha vivência e um pouco do trabalho de Jeffrey Pfeffer, professor de Stanford. Pfeffer define poder como a capacidade de fazer com que outros façam o que você quer, mesmo que não queiram. Influência, por outro lado, é a capacidade de mudar o comportamento ou as atitudes de outros através da persuasão, do exemplo ou da inspiração.
Ao analisar as qualidades que impulsionam o poder e a influência, Pfeffer identifica 7 atitudes fundamentais que servem como bússola para navegar em ambientes desafiadores. Abaixo, minha releitura resumida destas 7 atitudes:
Saia da sua zona de conforto: Abrace novos desafios e oportunidades, mesmo que causem medo. Vá além do contexto profissional: sair da zona de conforto no contexto pessoal lhe ajudará a ganhar mais força e coragem para arriscar mais em todos os aspectos da sua vida. Seja começar um novo esporte, acabar com um relacionamento tóxico, se mudar para outro país ou treinar para uma maratona, atividades que ampliam nossas identidades e fortalecem nossas virtudes alimentam e multiplicam todas as oportunidades em nossas vidas.
Quebre as regras: Desafie o status quo e proponha novas ideias com ousadia. Questione tudo que lhe for dito, ouvindo com curiosidade e com o intuito de agregar e construir. A ideia não é ser o “chato”que questiona tudo, mas sim aquela pessoa que está disposta a colaborar e doar mais do que recebe, enriquecendo os projetos e carreiras dos demais através de suas ideias e atitudes.
Demonstre ser poderoso: Aja com confiança e assertividade. As pessoas são mais propensas a te seguir se você demonstrar que é capaz de liderar. Aqui é o clássico “fake it until you make it", que eu aprendi na prática e hoje reconheço como uma ferramenta extremamente poderosa; veja meu artigo completo sobre o tema.
Construa uma marca poderosa: Crie uma reputação positiva e de confiança. Uma marca poderosa te ajudará a se destacar da concorrência. Aqui também acrescento marca e influência digital, que cada vez são mais importantes. A melhor forma de construir sua marca é ajudando os outros através do seu conhecimento.
Faça networking sem parar: Conecte-se com pessoas influentes em sua área, construindo uma rede de apoio sólida. Busque mentores e pares que possam lhe trazer perspectiva e lhe ajudem a enxergar a jornada com resiliência e visão de longo prazo, diminuindo o impacto das distrações e pancadas emocionais do curto prazo.
Seja um especialista em algo: Domine um campo de conhecimento específico, tornando-se referência em sua área. Deixe sua expertise transparecer, lembrando que valor real é valor percebido.
Seja proativo: Tome iniciativa e não espere pelas coisas acontecerem, liderando o caminho com ousadia. Aqui eu lembro do que um antigo chefe me disse: “até te frearem com argumentos sólidos, só vá fazendo, sem pedir muitas autorizações".
Ambicioso e determinado que é, Henrique decide colocar tudo isso em prática. Começa a se aventurar além da sua zona de conforto, assumindo novos projetos e desafiando o status quo com perspicácia. Ele se concentra em construir sua marca pessoal, conectando-se com pessoas influentes e se posicionando como um especialista em sua área. Ao estar afiliado a outras pessoas respeitadas pelo seu ecossistema profissional, ele se sente cada vez mais seguro e atrevido (no bom sentido). Aos poucos, sua confiança se fortalece e ele se torna mais proativo, tomando iniciativa e liderando com assertividade perante investidores, outros empreendedores, pares, e outros stakeholders com bastante poder ao seu redor.
Com o tempo, a rede de apoio de Henrique se expande e a síndrome do impostor que o afligia diminui gradativamente. Ele reconhece seus méritos e conquista o respeito dos "tubarões", posicionando-se como um líder inspirador e influente.
A jornada de Henrique é um exemplo de como, através de autoconhecimento, trabalho duro, as pessoas certas e a aplicação de estratégias eficazes, é possível superar obstáculos e suceder, mesmo em ambientes desafiadores. Nadar com tubarões nunca será absolutamente tranquilo, mas deixou de ser apavorante e passou a ser interpretado como um belo desafio. O seu propósito pessoal de impactar o maior número de pessoas possível através do seu trabalho é a fonte motivadora soberana que lhe traz o gás e brilho no olho para todos os dias encarar os tubarões com coragem, segurança e um sorriso no rosto.
Planejamento estratégico: dos negócios para a vida
Há 3 semanas postei no Linkedin sobre um workshop de planejamento estratégico que traduziria os fundamentos da estratégia de negócios para estratégia profissional e pessoal. A demonstração de interesse superou todas as minhas expectativas, com mais de 1.800 pessoas respondendo "EU QUERO" no LinkedIn.
Reagindo a esta demanda e vivendo o meu propósito de ajudar as pessoas a crescerem pessoal e profissionalmente através dos meus aprendizados, segue o meu convite para que você se junte a esta sessão prática no dia 01/2, às 19:30hrs, via zoom. Como não conseguirei atender todos os interessados, o evento terá uma taxa de R$197, priorizando quem de fato está interessado em participar. 50% das vagas já foram preenchidas, então aproveite e inscreva-se já.
O objetivo deste workshop é traduzir o passo-a-passo do planejamento estratégico realizado no mundo dos negócios, que eu liderei dezenas de vezes em empresas como iFood e Nestlé, para a vida pessoal, resultando num mapa claro e priorizado daquilo que importa para você.
Assim como a estratégia corporativa é um conjunto integrado de escolhas que posiciona uma empresa para o sucesso, a estratégia de vida é um conjunto de escolhas que posiciona uma pessoa para viver uma vida plena e corajosa.
Inscrições e detalhes aqui.
Final do ano chegando e algumas reflexões rápidas: 2023 foi uma ano difícil para tech e para o mundo como um todo. Estamos num período de transformação, algumas positivas, algumas negativas. Me preocupa a questão climática e tudo o que ela reflete, a polarização do mundo e os conflitos geopolíticos que crescem, e o poder devastador que as telas podem ter sobre nossa saúde mental; me alegro de esperança com as possibilidades que o empreendedorismo e a coragem apresentam para nós brasileiros (há tanto para construir por aqui!), com a preocupação e interesse genuíno que a nova geração tem para salvar o planeta, e com toda a magia que acontece quando saímos da nossa zona de conforto e abraçamos o novo, e em contrapartida somos abraçados por pessoas, lugares, comunidades e oportunidades jamais imaginados antes.
Que venha 2024!
Let's hike!
Alex
Vale a pena lembrar: nunca é tarde demais, ou, no meu caso, cedo demais para ser quem você quiser ser. Não há prazo de validade, pare quando quiser. Você pode mudar ou permanecer o mesmo, não há regras para isso. Podemos fazer o melhor ou o pior desta jornada. Eu espero que você faça o melhor. E espero que você veja coisas que te surpreendam. Espero que você sinta coisas que nunca sentiu antes. Espero que conheça pessoas com um ponto de vista diferente. Espero que você viva uma vida da qual se orgulhe. Se você descobrir que não está, espero que tenha coragem para começar tudo de novo.
Eric Roth, Roteiro de "O Curioso Caso de Benjamin Button"